31 julho 2011

Casa de Repouso para Cães de Sapporo (Sapporo Retirement Home for Dogs)

 

Trabalharam toda a vida para o bem dos humanos.

Emprestaram os seus olhos a quem não via e guiaram o seus donos, protegendo-os e permitindo-lhes ter uma mobilidade de outro modo impossível.

São os cães-guia do Japão, que desde 1978 têm uma casa de repouso onde podem viver na sua reforma com a dignidade e o carinho que merecem.

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Yell é um dos cães reformados que vive permanentemente nas instalações do centro, gosta de apanhar sol no solário e receber todo o carinho que puder dos 12 tratadores.

Chama-se Sapporo Retirement Home for Dogs, em português é Casa de Repouso para Cães de Sapporo, situa-se na ilha setentrional de Okkaido, no Norte do Japão, e já albergou mais de 200 animais desde que abriu as suas portas há quase 32 anos. Aqui, os cães-guia na idade da reforma recebem o melhor cuidado possível até serem adoptados por humanos com visão normal ou até morrerem.

“Esta é a última dádiva que podemos oferecer a estes cães que trabalharam para as pessoas toda a sua vida”, diz Keiko Tsuji, a directora deste lar canino, acrescentando que “a maior parte destes cães vive apenas mais dois ou três anos depois da reforma, e quero que vivam confortavelmente o resto das suas vidas”.

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A tratadora e directora da instituição, Keiko Tsuji, considera que o afecto é o mais importante para estes cães reformados

Os cães-guia japoneses devem reformar-se por volta dos 11 ou 12 anos, a altura em que as suas capacidades e força física começam a declinar. Nessa altura, estes cães idosos são retirados aos seus donos. Após anos a trabalhar como guias, eles querem continuar a desempenhar o seu papel podendo colocar os seus donos e a eles próprios em risco.

A separação é difícil tanto para o dono como para o animal e Tsuji, que há mais de 20 anos trata de cães, diz que o objectivo da casa de repouso é facilitar a transição de cão trabalhador para a fase da reforma: “Aquilo de que precisam mais é de afecto. Viveram muito próximos das pessoas durante muito tempo, por isso, é muito difícil para eles sentirem-se repentinamente isolados. É essencial que continuem a interagir com as pessoas”, explica a directora.

Só alguns cães vivem permanentemente no centro. Outros são enviados para o lar que cuidou deles quanto eram cachorrinhos, outros ainda são adoptados, normalmente por trabalhadores do centro.

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Uma lápide e uma estátua assinalam os 250 cães que morreram em Hokkaido e em Agosto de todos os anos há um serviço religioso em sua memória.

Aqui há respeito e reverência pelos animais que já morreram

Rick é um velho cão-guia e um dos frágeis residentes do asilo. Tem 16 anos e está paralisado por causa da idade, mas nem por isso mereceu a morte, como provavelmente aconteceria noutra situação. Pelo contrário, é tratado com o carinho e a atenção que a devoção que teve ao seu serviço como cão-guia durante mais de 10 anos lhe merece. Rick é um dos mais de 200 cães-guia reformados que viveram e vivem o resto da sua vida nas instalações da CWDMA – China Working Dog Management Association, desde que a associação sita na ilha de Hokkaido abriu o centro de cuidados em 1978, na região de Sapporo, no Norte do Japão.

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Rick está paralisado e os cuidados que recebe são especiais, para garantir o seu conforto

O corpo inerte de Rick é cuidadosamente tapado por cobertores de criança para se manter aquecido durante todo o dia. Ficará até ao fim dos seus dias no centro, onde rcebe carinhos constantes e recebe alimento líquido através de uma garrafa munida com um tubo, especialmente concebida para o alimentar estando deitado.

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Rick é alimentado à mão, com alimento líquido, pois não se consegue levantar devido à paralisia.

Os cães reformados são tratados, limpos, escovados, alimentados e têm exercício diário. A associação tem um centro veterinário e de reabilitação interno para os cães que desenvolvem incapacidades físicas devido à idade, como é o caso de Rick.

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Rick recebe o carinho da sua tratadora e é frequentemente virado, para não se manter sempre na mesma posição.

Apesar das excelentes condições, a instituição melhorou ainda mais as suas instalações, renovando-as e expandindo-as em mais 30 metros quadrados, usados como uma creche para os cães mais velhos, triplicando o espaço já existente com ainda mais confortos caninos. Os animais têm um solário, um jacuzzi e cuidados permanentes, 24 horas por dia.

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Fotografias de cães que já morreram compõem um altar no asilo

Para facilitar o movimento dos cães com fraqueza nos joelhos e problemas articulares, os desenhadores da nova creche eliminaram os desníveis abruptos, substituindo os degraus por rampas suaves.

Ao mesmo tempo que o centro deseja prolongar a vida dos cães e torná-la mais confortável, também possui um cemitério perto das instalações, onde descansam eternamente os animais que já faleceram.

Fontes:

Reuters

The Vancouver Sun http://www.vancouversun.com/life/story.html?id=1283093

CWDMA – China Working Dog Management Association http://www.cwdma.org/CWDMAEnglish/newsdisp.asp?id=2529

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