14 dezembro 2011

Huila


                                      Huila a minha doce gordinha

89Huila a minha doce menina 
Huila a minha gordinha, chata, mal humorada para com as irmãs Sandula e Mizé, mas uma ternura para a seus donos e todos os amigos que não tivessem 4 patas. Tal como a Mizé, os donos também não a quiseram, alegando que era uma chorona e não ficava sozinha em casa sem desatar aos berros. Claro, ela era apenas um bebe que prematuramente fora retirada à mãe e como qualquer criança, necessitava de atenção. Ao olhar para os olhos desta criaturinha prontamente nos comprometemos, adoptando esta menina.
HUILA BEBE
Logo no primeiro dia, mostrou bem o seu temperamento. A todo o momento pedia atenção e quando não a tinha desatava a chorar de tal forma que era impossível ficar indiferente aos seus gemidos, latidos uivos e todo o tipo de choradeira.
Por ter sido retirada da mãe ainda muito pequenina, além de chamar a atenção dos donos a todo o momento, desde sempre a Huila teve um apetite devorador. Não importava o quê: desde as batatas às cascas, da cebola (nada bom para cães) ao alho qualquer tipo de hortaliça, não havia nada que a minha gordinha não gostasse e não devorasse com verdadeiro apetite. E quando não comia era um verdadeiro martírio, pois não se calava. Consequência: obesidade.
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Quando estava perante o petisco, esquecia tudo e todos. A sua atenção prendia-se apenas naquilo que poderia comer e ansiosamente desejava que lhe dessem algum pedaço. Só em momentos como este, ignorava a sua querida amiga Neusa.

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A Neusa sempre foi a grande amiga da Huila. Sentia a sua presença,  mesmo a grande distancia e chorava tanto por ela, como quando queria comer.
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A minha querida gordinha gostava de se vestir, e adorava tirar fotografias. Era feliz e embora sempre muito chatinha, ela fazia-nos felizes.
Mas nem tudo na vida das pessoas e animais , são rosas.  A Huila, perdeu um dos donos que tanto amava.  Durante semanas, ela, que sempre teve um apetite devorador, quase não comia. Passava o dia e a noite na sua caminha alheia a tudo e todos. Sem dissimular o sofrimento, por vezes emitia uivos de tristeza. Quando insistia com ela apenas tapava o focinho com a pata como que a dizer: deixa-me.
Três meses após o infeliz acontecimento fiz este vídeo.



Em todas as idas ao cemitério e embora ficasse no carro, sem que eu saiba como, a Huila sabia que os restos mortais do seu dono se encontravam naquele lugar. Com profunda mágoa, expressava os seus sentimentos através de um choro incessante, manifestando assim a sua dor .
Os anos foram passando e aos poucos, assim como eu, a minha querida gordinha foi recuperando, mas nunca esqueceu o seu amado dono.

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Apesar da sua rabugice para com os quatro patas, adorava praia e campo e nestes momentos brincava com as irmãs Sandula e Mizé.
Na praia, não tinha medo das ondas e uma vez teve que ser salva por um surfista, pois confundiu a sua dona com outra pessoa e aventurou-se mar a dentro.

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As minhas meninas Huila e Sandula, na praia com a sua avó
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Depois de um belo banho, a minha Huila dormia o sono dos anjos, sem se mexer.
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Adorava que conversassem com ela. Jamais esquecerei os seus ternos olhinhos quando lhe prestavam a atenção que ela pedia. Naqueles olhos podíamos ver o amor o respeitos o carinho e ternura que tinha por todos, mesmo quando a amiga Eliane lhe chamava de Bafão por causa do hálito. Era linda a minha gordinha.

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228Eliane, Sandula Mizé e Huila

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Infelizmente, a minha menina adoeceu. Começou por se mostrar muito cansada e com muita sede. Depois de uma ida ao veterinário, foi-lhe diagnosticado diabetes. Inicialmente procuramos combater a enfermidade com alimentação adequada, mas com a minha gordinha, era quase impossível. Chorava mais do que nunca e as súplicas eram de tal ordem que eu cedi aos seus desejos e desisti da ração para diabéticos O veterinário conhecendo o temperamento da minha gordinha, decidiu administrar-lhe insulina.
A minha querida menina sujeitou-se a todo o tipo de picadelas, tanto para lhe extrair o sangue da orelha, como ao administrar todos os dias uma injeção de insulina E assim a minha querida gorda se foi aguentando dia após dia semana após semana e mês após mês.

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Numa das idas rotineiras ao veterinário, reparei que a minha gordinha andava com dificuldade. Foi quando ao pegar nela para a colocar na marquesa que notei um grande caroço, na base do braço Ao olhar para a cara do veterinário, logo me apercebi que a situação era grave.
Meses antes, numa das idas à praia um pico entrou por baixo do braço, e só reparei quando a Huila se queixou .Foi ao veterinário e o mesmo verificou que para além do que estava à vista, havia outro que percorreu o caminho do braço às costas e foi-lhe retirado. Penso que todo o mal veio deste incidente.
Temendo o pior, foi medicada com anti-inflamatórios e antibióticos, na esperança de melhoras.

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Durante uma semana sem reclamar e na posição em que se encontra nesta foto, duas vezes por dia fazia-lhe compressas de água quente para que todo o pus saísse e realmente saía bastante, mas não o suficiente. A infecção espalhou-se pelos pulmões.
Dois dias depois, ao notar a dificuldade que tinha em respirar, corri para o veterinário. O olhar do médico, foi esclarecedor: a minha menina estava condenada. Tinha apenas 9 anos.
Preparei-me então para o pior. Fiquei a saber que apenas restavam alguns dias à minha menina e que seriam dolorosos. Foi então que me fui habituando à ideia de perder mais um membro da família. Dei-lhe tudo quanto me pedia pois apetite nunca lhe faltou, muito embora logo a seguir, vomitava.
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Coloquei um colchão no chão para dormir com ela, e foi numa dessas noites, de dor e sofrimento, que agarrada à minha Huila,  desesperada desatei a chorar. Como que entendendo o meus sentimentos, a minha Huila, com muita dificuldade lambeu-me a cara, deu um uivo, como que a dizer não chores. Foi uma noite horrorosa. A Huila queria beber água a todo o momentos, para logo a seguir, se arrastar e procurar um sítio para vomitar fora da cama. Piorava de hora a hora.
No dia seguinte, domingo, concluí que não tinha o direito de a deixar sofrer mais. Logo telefonei ao veterinário, que prontamente se dispôs a praticar a eutanásia na minha querida gordinha.
Morreu nos meus braços e logo após a morte, vi a minha rabugenta finalmente serena. Como se estivesse a dormir, fofinha e a rir, assim se finou a Huíla.
Como toda a família, também foi enterrada onde foram os outros. Um local onde muitas vezes fazíamos passeios, onde era livre e feliz. Longe da confusão urbana.
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Sinto que onde ela está agora, continua a ser a chata que sempre foi, e que por ser tão especial, os amigos falecidos que por ela esperaram, bem como os restantes colegas anjos, tudo lhe toleram.
Após a sua morte, a Sandula, que era uma verdadeira atleta, nunca mais saiu do seu canto, sai apenas para as necessidades básicas. Por vezes dá pequenos gemidos de saudade.
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Obrigada Huila, por teres sido tão chata. A tua cama, está agora ocupado por alguém que também necessitava de ajuda e que já é um membro da família, mas o teu lugar está vazio. Sinto a falta do teu ladrar, sinto a falta dos teus uivos quando querias comer, sinto a falta da tua rabugice, sinto a falta do teu cheiro, das tuas lambidelas, em suma:
 Sinto falta de ti

2 comentários:

  1. De facto, a Huila era e foi uma muito cadela especial! Proporcionou.nos momentos unicos, momentos esses que jamais esqueceremos .. Vou.lhe sempre recordar com um enorme carinho e estima :D
    Optima homenagem Tata, ela merecia!
    Beijinho grande **

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