06 março 2014

Opinião: Nunca mais vai dizer “não gosto de gatos!”

 

O meu amor por gatos vem desde que me lembro de ser gente! Desde os postais com gatinhos fofinhos que recebia no aniversário, ao gato preto e branco, que batizei de Marco e que foi o meu primeiro amor!

Desde a infância e até à idade adulta que sempre quis ter um animal! Adoro cães, mas os gatos… os gatos sempre me fascinaram! A elegância do andar, a destreza de movimentos, a transparência do olhar… tudo me fascina!

Anos depois do Marco, aparece a Carlota. Preta, das que as pessoas menos gostam – o racismo também existe na cor do pelo – a Carlota cresceu a par e passo com a minha barriga de grávida. Eu cheia de dúvidas com o mito da toxoplasmose, devorei artigos sobre o tema gatos. Não só sobre o bicho mau do toxoplasma mas de tudo! Desde a cama que mais gostam ao comportamento propriamente dito. Pode-se dizer que quase me especializei em felinos domésticos e a verdade é que descobri um mundo maravilhoso. Da fama de independentes só tem mesmo isso: fama! São verdadeiros companheiros (tanto ou mais do que um cão); são fieis e respeitadores do nosso espaço; são cuidadosos e protetores; autónomos na higiene diária e são acima de tudo tranquilizantes, haja disponibilidade para perceber isso!

 

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Sou, muito provavelmente, umas das pessoas mais stressadas que existe. Sei que sou pouco paciente e muitas vezes ansiosa, no entanto sou capaz de passar horas a observar a minha mini-colónia caseira. A forma como brincam, como se respeitam, como dormem, como se lavam. Lá está: tranquilizam-me! Ao ponto de me dar uma enorme vontade de enrolar o corpo da mesma forma que eles e aproveitar o sol que entra pelas janelas. Ao “perder” horas a observá-los, percebo como funcionam como grupo. Há sempre quem organiza e manda. Depois temos sempre o desestabilizador (que não raras vezes é castigado pelos outros quando é muito inconveniente). A recepção de um novo elemento, mostra ipsis verbis a forma como também nós agimos com um novo colega na empresa, por exemplo. Há os que recebem todos bem, com imensa curiosidade. Há os que são inicialmente antipáticos para marcar a posição. Há os curiosos e também assim os tímidos. Na realidade, em muito pouco os gatos diferem de nós. O comportamento é, agora que penso nisso, muito parecido mesmo.

Entender um gato é um desafio. Dos bons, obviamente! Muitas das ideias que temos sobre estes animais e que nos foram incutidas desde sempre são falsas. Muito falsas! O gato de pelo eriçado não é mau nem tão pouco está prestes a atacar. Está sim a aumentar de tamanho para nos afugentar por, na realidade, estar morto de medo. Aliás, um gato não ataca sem avisar. Nunca. As orelhas para trás ou para os lados, bem como o abanar de cauda, avisam sempre que estamos ali a mais. Como não nos podem mandar calar ou fazer com que fiquemos quietos, usam o corpo para comunicar. Depois há o lado meigo, que é sempre maior. A cauda esticada, o miar constante e as roçadelas por todo lado que mostram que somos deles e que nos querem presentes. Eles fazem questão que todos saibam que o cheiro que temos nas pernas é deles! Sim, marcam-nos como sua propriedade. Depois existem também os ataques de mimo. Um dos que mais gosto é aquele que funciona como massagens, em que eles “amassam” o nosso corpo com as patinhas dianteiras. Esse mimo, diga-se, remonta aos tempos do aleitamento e era uma forma de estimular a saída de leite materno. A maior parte deles nunca perde esse hábito e quando estão deliciados ao nosso colo querem retribuir da melhor forma que sabem, fazendo-no com esse mimo que tão boas recordações lhes traz. É claro que nem todos nós apreciamos essas “massagens” – ao fim e ao cabo as unhas afiadas podem magoar – mas isso não quer dizer que não possamos usufruir delas: basta uma pequena “manutenção” das suas unhas para que possamos ter massagens gratuitas

 

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Comportamentalmente, o que acho mais graça neles é observa-los a perseguirem-me pela casa. Comento sempre em voz alta “tão independentes que eles são!”. Seja no banho, sentada no sofá, à mesa, nas tarefas domésticas, tenho sempre como companhia aquelas “bolas de pêlo simpáticas”, que me observam, atentas, à espera de se encaixarem nas minhas pernas ou, em alguns casos, no meu pescoço. São sequiosos de calor humano! Dão a cabeça para festas e alguns até nos puxam as mãos com as patas. Fanáticos por calor nada como o nosso colo para sestas longas e quentes. Encaixam-se em nós conforme nos vamos movimentando e sabem sempre como nos acordar quando querem alguma coisa de nós. Este comportamento, no entanto, é mais característico do gatinho bebé. Os adultos podem ser companheiros de longas sestas em que, qual estátuas humanas, mal se mexem.

Os meus gatos – e os que passam por minha casa até encontrarem novos donos – são hoje em dia os companheiros preferidos das brincadeiras da minha filha. Nascida entre felinos, tem de certeza as imunidades reforçadas graças à convivência com aqueles maravilhosos seres. Eles que a ensinaram a respeitar e tratar os animais com o respeito que é devido. Ter gatos incutiu-lhe a responsabilidade de os tratar e de os entreter, entretendo-se. Passa horas de brinquedos nas mãos a persegui-los e a ser perseguida. Inevitavelmente, acabam por lhe guardar o sono muitas vezes, sendo seus cúmplices, especialmente nos disparates – próprios da infância – que ela vai cometendo.

Enfim, para mim, os gatos são, sem dúvida, o chamado pet completo. Curam dores de alma, ajudam-nos a receber mimos e mesmo, no silêncio, estão sempre lá. Prontos para um afago, sempre acompanhado do ronronar característico de quem, além de receber, adora dar. Tranquilizam a mente e entendem-nos. Seja nos bons seja nos maus momentos!

Sónia

 

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