19 fevereiro 2016

Novos estudos provam que estes três animais são uma mais-valia para a medicina humana

O rato, o pombo e o cão aparentam não ter nada em comum mas têm muito valor para a nossa saúde. Os resultados dos estudos são surpreendentes

A medicina continua a evoluir e vai encontrando pelo caminho novos aliados para combater doenças como a tuberculose, a epilepsia e o cancro. Todos os dias surgem milhares de novos casos destas patologias em todo o mundo. Em nada estão relacionadas, exceto que, se diagnosticadas a tempo e com o apoio necessário, podem ser controladas ou até mesmo curadas. Experiências levadas a cabo pela Universidade de Maputo, Califórnia e por organizações independentes mostram que os pombos, os ratos e os cães podem ser o futuro na ajuda aos humanos.

DE "RATOS DE LABORATÓRIO" PARA "RATOS HERÓIS"
As capacidades roedoras dos ratos são conhecidas de todos, não fosse este o animal que "roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia", a repetição de sons que aprendemos quando falamos de aliterações na escola. O rótulo de roedor estará sempre associado ao pequeno mamífero, assim como todas as doenças que se diz que transmite. Mas o rato não é um animal dispensável. As suas qualidades são uma mais-valia sobretudo na deteção de uma doença em particular: a tuberculose.

O ser humano possui entre 100 a 200 recetores olfativos, o rato tem 1000 tipos diferentes desses recetores, ou seja, não só tem bons dentes como também um bom nariz. Quem o descobriu foi a organização belga Apopo, criada por Bart Weetjens que deu uma nova relevância a este animal. Para eles, são “ratos heróis” que têm ajudado a salvar milhares de vidas em África. Com um laboratório na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, estão a ser treinados desde o primeiro mês de vida para cheirar amostras de muco humano e detetar o odor do TNT, bactéria causadora da tuberculose.

O processo é acessível e não precisa de equipamentos sofisticados (o que é ideal para países do terceiro mundo): o rato cheira centenas de amostras em 20 minutos (são 20 vezes mais rápidos que as pessoas) e quando descobre o odor que está programado para identificar esfrega as patas, o sinal que foi treinado para dar. O sucesso é tal que desde 2013, os “ratos heróis” foram responsáveis pela descoberta de 1182 casos de tuberculose em Moçambique, Tanzânia, Camboja, Vietname e Laos, países onde o projeto foi implementado.

COMBATE AO CANCRO DA MAMA TEM UM NOVO ALIADO
Espalhados pelas praças e ruas do nosso país, os pombos são vistos no geral como aves imundas e portadoras de doenças, mas também eles são negligenciados em relação às suas habilidades para ajudar na medicina humana, nomeadamente no combate à doença que mais mata no Mundo: o cancro, neste caso, o cancro mamário.

O professor Richard Levenson é o responsável por uma experiência científica da Universidade da Califórnia que chegou à conclusão de que os pombos são capazes de identificar tão bem como os humanos casos de cancro da mama através da análise de mamografias. Como? A explicação tem um fundamento comprovado cientificamente. O pombo é uma ave com uma memória fotográfica impressionante, daí ser capaz de identificar tecidos malignos (ou benignos) ao olhar para as imagens radiográficas.

Este teste levou duas semanas de treino e obteve resultados satisfatórios: “É uma tarefa complicada para os humanos, muitas das vezes. Esta experiência só indicou que os pombos podem ser ajudantes fiéis para compensar as nossas forças e também fraquezas na análise de imagens médicas”, explicou Levenson na publicação de medicina norte-americana PLos One, onde o estudo foi publicado. Mediante a apresentação das mamografias, as aves são incitadas a apontar para um botão amarelo ou um azul, o primeiro para o caso de haver alteração de tecidos mamários, o segundo que indica que não há sinais de tumores malignos.


UMA NOVA ESPERANÇA PARA QUEM SOFRE DE EPILEPSIA
Os cães já são utilizados como cães-guia e cães de terapia pelas suas capacidades em lidar com as dificuldades humanas de forma muito paciente. Agora, o treino de cães atingiu um outro patamar. Está comprovado a partir de observações práticas que os nossos amigos de quatro patas têm a habilidade de detetar quando uma pessoa epilética está prestes a ter uma convulsão. Ainda não há explicação científica sobre como é que o animal é capaz de se aperceber com antecedência que isso está prestes a acontecer, embora se acredite que está relacionado com algum tipo de indicador no olfato ou na audição. A verdade é que há casos em que o aviso foi dado pelo cão minutos ou mesmo horas antes de um episódio se verificar.



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